O projeto do metrobus do Porto (transporte de passageiros com alta frequência e rápido) é um caso sintomático da falta de rumo que hoje existe na cidade do Porto em termos de mobilidade.
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Anunciado, com base em estudos de procura, para ser construído entre as praças da Galiza e do Império, foi posteriormente alterado para o eixo entre a Rotunda da Boavista e a mesma Pr. do Império - com a justificação de que, apesar da menor procura, a sua inserção técnica neste canal seria mais exequível......
Foi apresentado o modelo, sendo afirmado que seria em canal dedicado, ou seja, haveria um corredor utilizado exclusivamente por este meio de transporte, que teria prioridade, nos cruzamentos, sobre outros meios de transporte. Agora, numa Assembleia Municipal, "en passant", Rui Moreira deixou "cair" a novidade: pelo menos na Av. do Marechal Gomes da Costa o metrobus, afinal, não circulará em canal próprio, partilhando faixas de rodagem com automóveis......
Recentemente foi anunciada outra novidade: como este projeto fica mais barato do que o envelope financeiro disponível, o metrobus vai ter mais um tramo, estendendo-se pela Av. da Boavista até à chamada rotunda da Anémona... Ou seja, utilizando o percurso que, quando se discutia a linha de metro da Boavista até Matosinhos, se considerava não ter procura a partir da Fonte da Moura (pelo que se propunha, em alternativa, que pudesse subir Antunes Guimarães até à zona industrial)!
O que choca é a facilidade com que se muda de opinião sobre projetos estruturantes. E que Rui Moreira, que lança com pompa e circunstância o debate público sobre as avenidas atlânticas, não discuta (e muito menos aprove) estes projetos estruturantes nos órgãos autárquicos.
*Engenheiro