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A falta de empatia está na moda.
Trump manda perseguir imigrantes e matar quem passa de barco nas Caraíbas, porque "devem ser" negociantes de droga. Gostava de saber o que pensariam os seus apoiantes se o matassem por tudo o que terá feito com menores. Noutro lado do mundo, os governantes de Israel mandam praticar torturas horríveis e matar a torto e a direito em Gaza, encolhendo os ombros quando colonizadores na Cisjordânia atacam palestinianos na altura da colheita da azeitona, uma das suas poucas fontes de rendimento.
Fortes com os fracos, são uns miseráveis. Estes e outros.
Não coloco o nosso Governo, nem o novo presidente do Porto, neste grupo. Mas confesso que o Governo me tem surpreendido desagradavelmente. Quanto a Pedro Duarte, a entrada foi promissora, com preocupação por excesso de turismo e negócios do imobiliário, com o desmando no metrobus e as torres de mais de 90 metros na Foz. Mas porque manda fechar um prédio onde se refugia quem não tem abrigo - e leva jornalistas a comprová-lo -, antes de ter alternativas para oferecer? Acha que quem não tem abrigo deixa de existir por serem encerradas as soluções a que recorrem, em desespero? Não vamos voltar ao tempo em que se pensava que os arrumadores acabavam se fossem deixados a 20 km do Porto, ou que a dependência da droga se resolvia com a demolição das Torres do Aleixo, pois não?
Primeiro, soluções; depois, ações! Necessita-se de empatia. Sempre! Porque somos todos companheiros no mesmo mundo.
