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Não são seis nem 60. São 608 os milhões que a Caixa Geral de Depósitos teve de lucro no primeiro semestre deste ano. Foi o melhor resultado em 15 anos, ou seja, nem a pandemia parou os lucros no banco público. Curiosamente, os juros começaram a subir na altura em que subiam, também, os milhões nos cofres da Caixa. E são milhões os que tiveram notificações escritas a anunciar aumentos que chegam aos 300 euros na prestação mensal da habitação. Diz o CEO Paulo Macedo que o dinheiro serviu para pagar dívidas a privados e ao Estado. E quanto a pensar-se que há muita gente aflita com o pagamento mensal de empréstimos, o senhor, que foi ministro da Saúde e que estará comodamente sentado num gabinete refrigerado a ver os milhões subir, afiança que os juros não afetam tantos como se diz. Quem está a sofrer é só uma franja. Que franja? A minha não é de certeza. Estou pelos cabelos com aumentos de tudo menos do salário. Estou pelos cabelos porque sofro sempre que me aproximo de uma caixa de supermercado com o essencial. Não deixo, é verdade, milhões nessas caixas, mas deixo parte substancial do que ganho para pagar a casa, que ainda não é minha porque é da Caixa.