De pouco valerá abril, se depois de maio voltarmos a março: prestes a entrar em estado de emergência, obrigados a ficar em casa, as ruas vazias, tudo parado, cada vez mais doentes à porta dos hospitais, os familiares, amigos e colegas preocupados, o medo de ficar doente e paralisar a vida familiar.
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Mas é esse o risco que agora assumimos, em conjunto, para que a queda (a crise) seja menos grave. É uma boa razão para arriscarmos um assomo de normalidade. Não há ninguém que queira passar de novo por mais uma década de chumbo. Geração rascas, geração à rasca, geração de máscara, não há descanso para quem quer trabalhar e subir na vida.
É uma terrível injustiça, mais uma, que será tanto maior quanto cada um de nós julgar que nada há a temer, que podemos ser livres como dantes e que, como que por magia, o perigo se esfumou de um dia para o outro. Isso seria uma imbecilidade, lamento dizê-lo. A 4 de maio, o vírus vai manter-se exatamente como esteve nos últimos meses. Dependente da vontade de todos e do empenho individual em continuar os cuidados de proteção, cumprir as regras e não facilitar. Reflita nisso e volte ao início deste texto.
Jornalista