Global Teacher Prize Portugal: um por todos!
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O Global Teacher Prize Portugal premeia anualmente um docente candidato, com o objetivo de “valorizar a profunda importância dos professores no desenvolvimento do nosso país e de cada comunidade onde está inserido”. Visando reconhecer o impacto e a dedicação do profissional, a distinção individual detém de forma assumida um cariz plural.
A atribuição do “Prémio Nobel” da educação em Portugal reveste-se de enorme importância, pois faz emergir o trabalho docente que, por natureza, se efetiva em cooperação e partilha, e é um reflexo do contributo de muitos, nos quais incluo os técnicos superiores e especializados, e os assistentes técnicos e operacionais.
A classe docente é justa merecedora de um louvor coletivo, reconhecimento máximo pelo exercício pleno das suas funções, quantas vezes realizadas em contextos adversos, enfrentando desafios desestruturantes - turmas sobrelotadas e heterogéneas, espaços a necessitar de obras de requalificação urgentes (mais de 500 estabelecimentos), Estatuto da Carreira Docente desatualizado, excesso de burocracia, falta de professores -, sem nunca virar a cara à luta, que é diária, quantas vezes sem os recursos necessários para o alto nível de desempenho a que se propõem, em prol de alunos ávidos de realizar as melhores aprendizagens, em ambientes de ensino estimulantes e transformadores.
E essa é a obrigação do “novo” Ministério de Educação, Ciência e Educação, que tomou posse na pretérita semana, e demonstrou vontade de prosseguir com a jornada encetada há onze meses.
O trabalho que espera Fernando Alexandre, num dos ministérios, por tradição, dos mais difíceis, é hercúleo: urge equilibrar o envelhecimento da classe docente cativando jovens para a carreira, e, sobretudo, continuar a combater de modo determinante a escassez de professores, este, sim, “o” desafio!
Ao mesmo tempo, espera-se que firme um compromisso responsável e sério na valorização da escola pública, na minimização das desigualdades no acesso à educação, no reforço da autonomia das escolas, na dignificação da carreira docente e na melhoria das condições laborais e do bem-estar de todos os profissionais das escolas, só, assim garantindo a estabilidade e qualidade do sistema educativo nacional.
A nova legislatura apresenta-se com uma oportunidade vital para repensar políticas e renovar a confiança na educação, enquanto pilar do desenvolvimento social e económico. Cabe agora ao ministro dar provas de que está à altura desta empreitada.