A menina que fez greve às aulas, para protestar contra os líderes mundiais que estavam a destruir o seu futuro e do resto dos jovens, cresceu. Mas não desistiu da sua causa. Greta Thunberg está de regresso. Mudada. Já não é a menina de tranças, aparentemente mal-educada. É uma jovem de 19 anos, semelhante a todas as raparigas da sua idade. Igual ao passado, apenas nas causas de que não abre mão.
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Devemos agradecer a Greta o que fez em prol do combate ao aquecimento global. A sua aparente obsessão, e a forma, obviamente não sozinha, como foi usada para chamar a atenção para o problema, fez talvez mais do que muitas cimeiras mundiais. Graças a Greta, e ao seu grito rebelde, os adultos fizeram mea culpa e reconheceram que estavam a hipotecar o futuro dos seus filhos. E os líderes mundiais, perante uma criança obstinada, foram obrigados a incluir o assunto nas agendas - em muitos casos, enfim, apenas no plano discursivo. Greta está de volta. A causa é a mesma: combate às alterações climáticas. Agora, não falta à escola. Escreve livros e a sua notoriedade consegue juntar à causa nomes tão diversos como o economista Thomas Pikety ou a escritora Margaret Atwood.
Surge na altura certa. Quando a guerra na Europa faz relativizar todos os outros problemas. Quando na Europa, a prever um inverno gélido, se fala no regresso à produção de energia através das centrais de carvão, algo que todos julgavam arrumado nas gavetas do passado.
A crise energética é real, a Europa prepara-se para um dos seus piores invernos depois da II Guerra. Nesta conjuntura, muito do que se tinha alcançado em termos de opinião pública, não em avanços reais, na consciencialização e no caminho para contrariar as alterações climáticas, está em perda. Bem-vinda, Greta, para que, apesar da guerra, os compromissos acordados, cimeira após cimeira, não ficam esquecidos.
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