Tal como se previa, a gripe A chegou a Portugal e, diariamente, registam-se - ainda a um ritmo pouco preocupante - novos casos. Como advertiu em 17 de Julho a Organização Mundial de Saúde (OMS), face a outras epidemias, o H1N1, o vírus da Gripe A, propaga-se no Mundo a uma velocidade sem precedentes.
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A nível mundial só de 1 de Junho a 6 de Julho - em pouco mais de um mês - o número de pessoas infectadas aumentou de 17 410 para 94 512. Além do mais, para o Outono - estação do ano propícia a um agravamento da pandemia no hemisfério Norte, uma vez que este reagrupa 90% da população mundial - prevê-se um natural agravamento da situação.
Ora, seguindo o ditado "mais vale prevenir do que remediar" - reconheça-se, muito certeiro em termos de saúde - os vários países começam já a planear programas de resposta eficaz, antecipando um agravamento do surto.
E se virtualmente, os 6,8 biliões de habitantes do planeta são susceptíveis de ser contaminados, o continente Europeu e Americano são, ao momento, os espaços onde se registam mais casos. A disseminação do vírus variará de país para país mas depois de a OMS ter recomendado a vacinação gradual da população, foram já vários os países europeus - como a França, o Reino Unido, a Espanha e Portugal - que anunciaram a vacinação massiva contra a gripe.
De facto, se numa primeira fase - como em todos os casos de pandemia - se recomenda a hospitalização sistemática no propósito de manter a doença confinada, mais tarde, com o aumento do surto, o sistema terá necessidade de flexibilizar em razão da multiplicação dos casos, no seu conjunto benignos. Daí que, a par da chamada "reserva estratégica" de antivirais que cada país já possui - como o Tamiflu, um antiviral adquirido para prevenir a gripe das aves e que se demonstrou já eficaz para tratar a Gripe A - se junte agora a possibilidade da vacinação contra o H1N1.
Contudo, no que concerne à vacinação colocam-se duas questões.
A primeira passa por saber se esta estará suficientemente testada para que se possa revelar eficaz e benéfica.
A segunda, e dado que se acredita que a maioria das pessoas necessitará de duas doses para imunizar-se, sendo assim impossível vacinar toda a população, importa identificar estrategicamente quais os grupos prioritários. Nesta medida, se considerarmos que, além dos grupos tradicionais sujeitos ao risco da gripe sazonal, a população escolar será um grupo fulcral para a difusão da gripe, importará equacionar a sua vacinação (alunos, professores e funcionários) e em todos os graus de ensino. É que a vacinação desta população pode ser suficiente para criar a chamada "imunização grupal", que faz com que a população vacinada tenha um efeito escudo face aos que não estão, porque o vírus não circula tanto.
Lá diz o ditado, prevenir para não remediar…