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Omer e Omar são duas crianças com um destino idêntico: uma morte violenta na sequência do conflito no Médio Oriente. Mas há mais a uni-las, para além dos curtos 20 quilómetros de distância entre uma casa em Israel e outra em Gaza. As trágicas mortes foram utilizadas nas redes sociais, para acusar o inimigo de manipulação da informação e sublinhar a própria autoridade moral.
Conta-nos a BBC, num trabalho jornalístico completo e exaustivo com tiro de partida no esgoto a céu aberto em que se tem transformado o Twitter, que até a conta oficial do Estado de Israel partilhou a alegação de que as imagens do cadáver de Omar divulgadas online eram de um campanha do Hamas de desinformação, já que o bebé exibido era um boneco, devido à cor da pele. Infelizmente, explica o fotógrafo autor da imagem, experiente nesta matéria, esta é a cor das crianças e bebés quando morrem.
A imagem de Omer foi também partilhada por Israel, mas agora para mostrar a tragédia da morte de uma criança. Mimetizando o que aconteceu com Omar, contas ligadas ao Hamas afirmaram que a imagem era de um ator ou que tinha sido Israel a matá-lo. Não sei se há uma conclusão para este raciocínio. Se houver, deixo-a para si.