Felizmente a Igreja é muito mais do que as primeiras páginas dos jornais destacam acerca dela. Nos últimos dias deram relevo ao padre acusado de abusos sexuais, agora apanhado a conduzir sob efeito de álcool. E também às polémicas em torno do livro publicado pelo secretário de Bento XVI.
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Já não mereceu destaque na imprensa nacional a entrada solene de D. Armando Domingues na diocese de Angra, Açores, que aconteceu no domingo passado. Apenas uma notícia breve em alguns dos jornais.
Na primeira homilia, o 40.o bispo de Angra expressou que a primeira das suas prioridades é uma Igreja de portas abertas à sociedade. Como sinal dessa sua abertura a todos, D. Armando vai "marcar dias e horas de porta aberta" em que estará disponível para acolher qualquer um que venha "mesmo sem marcar".
Em linha com a anterior, a segunda prioridade será impulsionar a sinodalidade para promover a participação de todos na vida eclesial, em ordem a uma Igreja "menos clerical e mais capaz de compreender e dialogar com as novas culturas".
Tendo em conta a Jornada Mundial da Juventude que Lisboa irá receber em agosto, D. Armando também dedicará uma particular atenção à juventude. "Nenhum jovem açoriano deverá ficar de fora a ver passar os aviões ou os navios. E não falo apenas dos ligados às paróquias ou a movimentos: todos têm lugar e voz", disse.
Portugal precisa de mais bispos de "porta aberta", como D. Armando. Que saibam acolher as preocupações e os anseios de todos e dialogar com a comunidade. Contudo, não podem ficar à espera que venham ter com eles. São eles que têm de ir ao encontro das pessoas, também através dos média!
A Igreja em Portugal não pode resignar-se a só aparecer por más razões. Tem de construir estratégias para dar visibilidade a acontecimentos relevantes. A posse de D. Armando é um deles.
*Padre