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Os custos e a falta de habitação nas nossas grandes cidades são preocupantes e ultrapassam valores de congéneres europeias.
Há razões para isso, uma delas a falta de políticas habitacionais corretas dos anteriores governos, pois tiveram uma ministra que não sabia (ou não queria saber) do assunto. Promoção pública nula e muito menos apoio às cooperativas, base da classe média, PS incluído.
Ora, sem oferta pública, o “mercado” fica distorcido e as cooperativas sempre foram processo de poupança e investimento financeiro seguro, além de garantia de gestão de territórios mais equilibrados. Hoje ainda há câmaras voltadas para este setor social, Porto incluído e Matosinhos tem melhores condições ainda para o fazer, mas tem de ser o Governo a assumir esta “bandeira”, pois trata-se do reequilíbrio das cidades e do fortalecimento da cidadania. Pelo caminho exclusivo do privado não se fortalece o equilíbrio social e geram-se “bolhas de especulação” que serão incontroláveis.
É bom que quem governa, sobretudo autarquias, pense nisto porque não é só a colheita de taxas e impostos que conta. Habitação não se produz do “pé para a mão” e os custos de produção atingem valores insustentáveis, pela falta de mão de obra qualificada e peso burocrático nos processos administrativos, pois o “tempo de fazer” é, de momento, aquele que mais dificuldades e custos colocam. Desafios que Governo e autarquias têm pela frente, apoiem as cooperativas que serão, uma vez mais, parceiro ideal nesta hercúlea tarefa que se não resolve só com “conversa fiada”, aquilo de que gostam muitos políticos profissionais, mas impreparados nesta e muitas matérias.