Já se percebeu que o pacote “Habitação” do Governo anterior não funcionava por manifesto desconhecimento da responsável política que o apresentou, pois ignorou o movimento cooperativo, peça fundamental na produção social e material do produto.
Corpo do artigo
Ora as cooperativas foram fundamentais na criação de classe média urbana, elemento essencial à construção de cidade democrática e que muito ajudou o PS a governar.
Lembro o caso do Grande Porto e desta cidade que, com apoio municipal, gerou território urbano exemplar e que, ainda hoje, merece apoio da Câmara na cedência de solo urbano municipal e base de reabilitação de zonas essenciais ao desenvolvimento. Também Matosinhos é disso exemplo e a classe média criada no seu território tem serviço de base à boa governação que o PS lidera, daí não se perceber o tal “pacote” do Governo anterior.
As câmaras precisam do apoio do Governo nesta tarefa que é do interesse nacional, em particular no Porto, onde a autarquia é “o maior senhorio da cidade” e precisa de resolver esta questão, através de “régies cooperativas” que envolvam os próprios inquilinos e melhorem a administração dos vários conjuntos e criando novos programas através deste movimento, que gera poupança, assegura garantias ao sistema financeiro e implica os próprios na gestão do seu território urbano.
Quem visita hoje zonas de habitação cooperativa no Grande Porto percebe as vantagens da política prosseguida, pois os espaços públicos, jardins e derivados, são de manutenção exemplar sem grandes custos diretos para o município. Espero que o atual Governo e o PS, que para ser Oposição não precisa de se “pôr em bicos de pés”, entendam isto e sigam pelo bom caminho do ”interesse nacional”.