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A hospitalização domiciliária, ou assistência médica domiciliária, tem vindo a ganhar destaque nos meios médicos, sendo vista como uma alternativa humana e eficaz ao internamento hospitalar tradicional, na medida em que envolve a prestação de cuidados médicos, terapêuticos e de suporte à vida na residência do doente, que se traduzem em vantagens para o doente e para o próprio sistema de saúde.
Um dos principais benefícios da hospitalização domiciliária é o conforto que oferece. Um doente que permanece em casa, em ambiente familiar, melhora significativamente o seu bem-estar emocional e mental, crucial para o seu restabelecimento, sendo que o ambiente domiciliário proporciona uma recuperação mais rápida e uma taxa menor de complicações, quando comparado com o internamento. Esses efeitos devem-se, em parte, à redução da ansiedade associada ao ambiente hospitalar e a uma menor exposição a infeções hospitalares. Particularmente para aqueles que sofrem de doenças crónicas ou que estão em fase terminal, a hospitalização domiciliária proporciona também melhor qualidade de vida.
Manter um doente em casa reduz significativamente os custos associados a toda a infraestrutura hospitalar, como alimentação, lavandaria, limpeza e manutenção de equipamentos médicos. Para os sistemas de saúde, a redução de custos permitirá a redistribuição de recursos para outras áreas críticas, aumentando assim a eficiência do sistema como um todo. Por outro lado, a hospitalização domiciliária contribui para a libertação de camas hospitalares, um recurso frequentemente escasso. Ao transferir doentes, estabilizados, para cuidados domiciliários, os hospitais podem direcionar os seus meios e capacidades para doentes que realmente necessitam de cuidados diferenciados e para casos urgentes, melhorando, desse modo, a eficiência da gestão hospitalar e a qualidade do atendimento.
Convém, contudo, lembrar que, apesar das inúmeras vantagens elencadas, este tipo de hospitalização enfrenta desafios. A implementação eficaz deste modelo requer uma infraestrutura robusta de saúde domiciliária, com profissionais bem preparados e recursos adequados. A coordenação entre hospitais, médicos, enfermeiros e familiares é determinante para garantir que o doente receba os cuidados necessários de forma contínua e segura.
Nesse sentido, sendo a hospitalização domiciliária uma evolução significativa nos cuidados de saúde, oferecendo uma alternativa viável e vantajosa ao internamento hospitalar tradicional, é justo destacar o papel meritório do dr. Delfim Rodrigues, pioneiro e grande impulsionador deste modelo.
À medida que a sociedade e os sistemas de saúde evoluem, é essencial continuar a investir e a aprimorar a hospitalização domiciliária, por forma a garantir que mais doentes possam beneficiar desta forma inovadora e humanista, um modo de bem-fazer ao próximo e ao país.