As grandes ideias, os projetos estruturantes, surgem em tempo de catástrofe natural. Pelo menos, em Portugal. Que o digam os lisboetas, que se se orgulham da Baixa Pombalina bem podem agradecer ao terramoto de 1755.
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No meio de duas depressões que deixaram o Centro do país debaixo de água, lembrou-se o ministro do Ambiente que seria bom pensarmos em deslocalizar as aldeias dos leitos de cheia. Concordo. Já me passou pela cabeça mudar a Ribeira do Porto para a Boavista. Embora não haja rio, seria muito mais seguro para as pessoas que levam com a água aí, vá lá, de 13 em 13 anos. E acho bem o Governo meter mãos à obra.
Podem começar por tentar um protocolo com os japoneses, oferecendo-lhes o interior de Portugal para alojarem Tóquio. Reparem, só vejo vantagens: além do combate à desertificação - entrariam, de rajada, nove milhões de cidadãos - o PIB do país disparava e podíamos, finalmente, chamar a Mário Centeno "Messi das finanças". Tudo, claro está, para os nipónicos deixarem de ter problemas com terramotos.
*Jornalista