Sempre que em Portugal aumenta o salário mínimo, as entidades patronais vêm a terreiro dizer que "não pode ser", que "as empresas vão falir", que a economia nacional vai "perder competitividade", que o "desemprego vai aumentar".
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Argumentos que se inserem na velha máxima de "quem não chora não mama", típico dos liberais que clamam "deixem o mercado funcionar", mas que, sempre que podem, abocanham a teta do Estado......
O Governo PS, sempre sensível aos estados de alma das entidades patronais, decidiu compensá-las, atribuindo-lhes um subsídio de 112€/ano por cada trabalhador que, em 31 de dezembro, auferisse o salário mínimo (e passasse para o novo). Foram agora publicadas, perante o quase silêncio da Comunicação Social, os dados sobre as entidades beneficiárias deste subsídio. E no top 50, aparecem as empresas de trabalho temporário, os hipermercados, as empresas que têm concessões de diversos serviços municipais nas áreas do ambiente.
Aberta a oportunidade legal, ninguém pode criticar (a não ser moralmente) estas empresas por a aproveitarem. Mas choca ver, entre os beneficiários, grupos como a SONAE (lucros de 268 milhões em 2021) a receberem mais de 450 mil euros, os CTT (lucros de 38 milhões) com um subsídio de 70 mil euros. Ou todas as empresas da precarização do trabalho temporário.
O que demonstra que este subsídio é um bodo aos que mais lucram e aos que mais vivem da precariedade laboral. Subsídio que é pago por todos nós, dado que as verbas saem do orçamento da Segurança Social, pondo em causa as nossas reformas!
PS: a suspensão de deveres penais do criminoso nazi Mário Machado para ir combater para a Ucrânia é mais um tiro na credibilidade da Justiça.
Engenheiro