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Quando, uma vez mais, se deixa fugir uma vantagem mais do que justa, fica-se desanimado e triste. Sobretudo pela nossa equipa apresentar um bom futebol que, por este ou aquele motivo, não se materializa em vitória. A equipa do Vitória é uma boa equipa. O grupo consegue arranjar sempre forças para dar a volta a um resultado injusto, mas tem-lhe faltado o instinto matador para resolver os jogos e não depender da sorte ... que, diga-se, nos vira sempre as costas. Desde o início.
A frustração não nos pode desanimar, nem a nós nem à equipa, pois há futebol que chegue para se encetar uma boa caminhada no campeonato que falta. Mas que custa, custa. Qualquer jogo é um suplício que só um bom e forte palavrão alivia um pouco.
A passada semana foi a semana que mais vezes vi Rui Borges na primeira página dos diversos jornais desportivos. Ele apareceu mais vezes na primeira página do que as vezes que o vi na rua em Guimarães... e eu moro perto do complexo de treinos. É notável esta mudança. Ele foi o treinador que conseguiu, com o Vitória, o maior número de vitórias consecutivas de uma equipa nacional numa prova da UEFA, tendo o Vitória dado mais pontos a Portugal do que qualquer dos clubes que nelas participa, mas, apesar disso, e naquela altura, não teve sequer uma fotografia tipo passe na primeira página. Agora até na página 5 do Expresso apareceu.
Mais do que a desilusão pelos resultados injustos da minha equipa, irrita-me assistir, dia a dia, a uma cobertura noticiosa estalinista, tipo Pravda. Às tantas estou a ser excessivo. O Kerensky e o Trotski também têm destaque. Sou um exagerado. Um bom ano.
*Adepto do V. Guimarães