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É inaceitável o que se está a viver na saúde obstétrica em Portugal. Não podemos ter numa mesma semana a notícia de duas mulheres grávidas que perderam os seus bebés porque o sistema - sejam linhas telefónicas, ou urgências fechadas - não funcionou. As auditorias e os inquéritos parecem sempre esquivos na assumpção de responsabilidades por parte do ministério da saúde, mas, na fita do tempo destes casos, as horas não são pequenas, são grandes, como os caminhos a percorrer para quem está prestes a perder um bebé. Neste último caso, as unidades de Setúbal, Santa Maria e Alfredo da Costa terão recusado a utente por falta de vagas, porque estavam sobrelotadas. Uma hora de caminho depois, o bebé morreu. Estamos perante uma tragédia nacional. Bandeiras a meia-haste, o trabalho de que Ana Paula Martins falou está longe, tão longe.