Amigos meus foram recentemente operados após ser-lhes diagnosticado cancro. Ainda a recuperar da cirurgia e fragilizados por estarem a aguardar os resultados das análises pós-operatórias que determinam o tipo de tratamento subsequente, foram chamados pela Segurança Social (SS) para uma junta médica para avaliar a manutenção da baixa que lhes fora concedida.
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Impedidos de conduzir, por decisão médica, tiveram de recorrer a ajuda para chegar ao local indicado, afastado das suas zonas de residência. Onde, face às evidências, são "despachados" num minuto, com manutenção da baixa... Bem sei que a SS e a Saúde são "pastas" diferentes, mas não poderia haver uma partilha de informações que impedisse de chamar para juntas médicas pessoas recentemente operadas por patologias graves? Não é, apenas, a falta de consideração pelas pessoas envolvidas, nem o transtorno que esta situação lhes provoca. É o problema da ineficiência do sistema, ocupado a fazer algo inútil, impedindo a sua ocupação com coisas úteis para a saúde dos portugueses e para o combate a reais situações de baixa fraudulenta.
Farta de, sempre que liga em simultâneo vários eletrodomésticos, ver a "luz ir abaixo", uma cidadã do Porto contactou a E-Redes solicitando um aumento da potência contratada. A resposta foi que, não existindo na sua rua um ramal com potência suficiente, teria de pagar a substituição do mesmo para ver a sua pretensão atendida! Ou seja, uma empresa privada, com lucros colossais, que detém o monopólio da distribuição elétrica na cidade, procura transferir para os cidadãos os custos dos investimentos a que está obrigada! É a gula dos privados, com a cumplicidade dos poderes públicos e regulatórios...
Engenheiro