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Nem se pode falar na falta de dose de eficácia. A equipa começou o jogo com olhar intenso e procurou, desde logo, construir um resultado que arrumasse a contenda até ao intervalo e assegurasse convicção. O conforto de resolver, de se sentir inteira ao espelho ao mostrar imagem consentânea com o que podia ser, com o que deveria ter sido se não se tivesse visto a amolecer por tempos impróprios, em tantos jogos, por falta de firmeza. O F. C. Porto teve esse sentimento resolutivo frente ao Portimonense mas faltou-lhe clareza, frieza e acerto. Algo que só a tranquilidade traz. Algo que anteriores resultados comprometedores nesta Liga já não permitem. Algo que só pode ser apaziguado, eventualmente, numa sexta-feira santa.
O golo de Fábio Cardoso mostrou um central com companhia a tentar o golo. Não fosse Fábio, Marcano também lá estava. À demonstração de desacerto defensivo do Portimonense nesse lance, não conseguindo bloquear nenhum dos centrais do F. C. Porto, os "dragões" responderam com o único golpe de eficácia e tiveram direito a prémio. Só o F. C. Porto jogou para ganhar o jogo e as oportunidades, não sendo demais, foram muitas. A infelicidade e o desacerto conduziram a equipa a um final de jogo sobressaltado, desnecessário, inconsistente e com meio credo na boca. Três pontos muito importantes numa vitória incontestável, apeadeiro para uma grande paragem onde nenhum jogo é igual. Na próxima sexta-feira, na Luz, tem que se jogar para cima sem olhar para baixo.
Positivo: A primeira parte do F. C. Porto encontrou um golo e oportunidades. A rapidez e a resolução que a equipa punha no jogo mereciam mais felizes desfechos. Regressar às vitórias era imperioso.
Negativo: A intranquilidade traz desconfiança. É premente que a equipa saiba que tudo o que não fez está para trás, identificado, e que há muita época pela frente. O portador de todos os títulos nacionais não pode duvidar tanto de si.
o autor escreve segundo a antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto