O Ministério da Justiça lançou na semana passada o "Roteiro para a Justiça". O seu início foi assinalado com a visita governamental a edifícios ligados à justiça, entre os quais os estabelecimentos prisionais de Viseu e de Bragança. Ambos têm obras de requalificação recentes. As de Bragança foram inauguradas no dia 18 de maio pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.
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Estas obras foram levadas a cabo pelos reclusos, com a dedicação e acompanhamento dos guardas prisionais e do pessoal técnico do estabelecimento. Contaram também com o apoio do Centro Protocolar da Justiça (a estrutura que promove a formação profissional dos reclusos) e da Câmara Municipal de Bragança.
Constatando esta conjugação de esforços, que têm também o objetivo de capacitar os reclusos para um retorno mais facilitado à vida em sociedade, a ministra da Justiça sublinhou que a "reinserção social do recluso deve ser um desígnio da sociedade no seu todo, como tão bem o demonstra este projeto de requalificação, cujos resultados são bem visíveis para todos".
No Norte da Europa já há alguns anos que cidadãos e governantes acordaram para a importância de acompanhar todos aqueles que foram privados de liberdade durante o tempo de reclusão e, sobretudo, quando saem da prisão. O objetivo é evitar a reincidência e promover a sua reintegração plena na sociedade. Como resultado, países como os Países Baixos e a Suécia começaram a encerrar cadeias há alguns anos por falta de reclusos.
Está na hora de Portugal seguir estes exemplos e de investir a sério no acompanhamento e na reinserção dos reclusos. Para isso o Ministério da Justiça, na sequência do que disse a ministra, terá de lançar e promover projetos que envolvam toda a sociedade, particularmente aqueles que já se dedicam a essa tarefa, como é o caso da Igreja Católica.
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