Dois temas que marcam uma sociedade envelhecida como a nossa e, sem ofender Camões, que acaba de ser recordado e comemorado, merecem reflexão.
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Somos um povo, os portugueses, feito de “misturas” geradas pelo mundo que descobrimos e criamos e onde estamos sempre com saudade de regressar e uma população envelhecida nesta plataforma de origem, situação preocupante para o futuro da nossa sobrevivência.
País pequeno de território físico, mas grande e disperso de território humano, pensar a solidão é uma reflexão física, mas sobretudo humana, material mas psicológica, envolvendo evolução social e futuro geracional. Somos um País de velhos e um velho País, temos passado e memória, mas futuro preocupante, feitos dos que estão e saíram e dos que chegaram e chegam, numa “caldeirada” que nos marcam a História e poucos povos no mundo souberam “confecionar”.
Isto é uma vantagem e, também, um compromisso, uma lição de passado e, nas dificuldades que atravessamos, uma responsabilidade de comportamentos. Estamos em momento histórico de grandes responsabilidades, onde a tolerância e apoio dos que nos chegam mais responsabiliza em conjunto com o apoio aos que queremos que não partam, juventude que tem de acreditar nos nossos governantes e no seu sentido de Estado e Pátria.
Foi isto de que se falou no Dia de Camões. Com mais ou menos profundidade cultural e política, recordou-se a solidão que vivemos, a memória rica que temos e a esperança de melhores dias de futuro que não serão fáceis, mas é preciso acreditar e trabalhar por eles. Encaremos o isolamento e a solidão como lição de passado e compromisso de futuro, só assim lá chegaremos com dignidade íntegra e responsável.