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Há quem queira greves que não atrapalhem e protestos que não aborreçam, um pouco ao estilo do irónico "greves era só das seis e meia às sete em frente a um cassetete", como canta Sérgio Godinho. Isto a propósito da celeuma provocada pelos manifestantes pró-Palestina na Vuelta. Compreendo que seja complicado para um atleta de alta competição ver as provas interrompidas, mas sabem para quem é ainda pior? Para quem está a morrer em Gaza. Não duvido que as manifestações tenham sido pouco eficazes em termos de perceção pública do problema pelos focos de violência, mas não menos legítimas. Entre dois direitos conflituantes neste caso, o direito à vida e o direito a participar na prova, há um que tem um valor mais alto. Deixemo-nos de protestos com jeitinho.