Nasceu em 1888. É já longo o percurso, este do "Jornal do Notícias". Hoje é o diário português impresso mais antigo, testemunhando a força de um jornalismo marcado pela atualidade, pela diversidade e pela atenção às idiossincrasias do país que somos, sem deixar de acompanhar a convergência de plataformas que o digital permite.
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Numa altura em que a informação está acessível em todo o lado, os conteúdos jornalísticos assumem uma importância acrescida. Porque no meio de uma abundância de textos, necessitamos de quem promova uma ecologia da palavra e nos ajude a encontrar aquilo que importa saber. De forma rigorosa, fluida, criativa e contextualizada. É isso que caracteriza o jornalismo de qualidade. Que tanta falta nos faz. Por outro lado, também precisamos de profissionais isentos, que monitorizem os poderes dominantes e que mantenham alguma distância em relação a fontes de informação cada vez mais profissionalizadas que querem, muitas vezes com ajuda de musculadas assessorias de comunicação, impor a sua versão dos factos, construindo um real através de manipulações de vária ordem. É esse escrutínio permanente da verdade que os jornalistas procuram no seu quotidiano que hoje se faz de múltiplos constrangimentos: financeiros, tecnológicos, de tempo...
Penso que todos reconhecem que o jornalismo é essencial a uma sociedade que se preocupa com o funcionamento das suas instituições e com uma cidadania de alta intensidade. Circulando por um espaço público cada vez mais líquido, precisamos de quem nos restitua referências.
O "Jornal de Notícias" procura ser há 131 anos um título dirigido ao país que somos: ao que está no centro das decisões e àquele que nos estrutura na vida de todos os dias a partir de lugares diversos. Hoje quase nenhuma redação de expansão nacional consegue cumprir ambas as funções. O JN continua a perseguir a missão ímpar de dar aos seus leitores uma visão global do país e do Mundo. Não é empreitada fácil.
Onde está hoje este jornal? Em cada manhã, lá o encontramos nas bancas e, em versão digital, nos periféricos móveis. Também está de forma permanente num site que se atualiza continuamente em convergência com as dinâmicas redes sociais. Porque hoje nenhum projeto jornalístico sobrevive sem uma estratégia para o digital. E aí o JN tem dado sinais de vitalidade. Parabéns a todos que dirigem e fazem todos os dias um jornal que procura ser um dos elos de uma nação dispersa por tantos territórios.
Professora Associada com Agregação da U. Minho