Corpo do artigo
Uma vitória para a Taça de Portugal e depois quatro derrotas seguidas, duas na Champions e duas no campeonato. João Pereira não podia ter pior estreia como treinador do Sporting. Os adeptos leoninos já pedem que a cabeça dele role o mais rápido possível e os rivais esfregam as mãos, sobretudo o Benfica de Bruno Lage, que por cá lá vai ganhando todos os jogos, ao contrário do F. C. Porto, de Vítor Bruno, que tarda em entrar no trilho dos triunfos.
Mas os sportinguistas que tanto anseiam pela “decapitação” de João Pereira deviam ser mais compreensivos com alguém que teve de assumir a equipa de forma inesperada, por muito que Varandas passe a ideia de que já estava a ser preparado para render Ruben Amorim. É que mesmo quando se apanha uma equipa em estado de graça, como acontecia com o Sporting de Amorim, há fatores que um treinador não consegue controlar. Não falo da estrelinha da sorte - brilhou quase sempre a favor de Amorim -, mas do azar de que João Pereira bem se pode queixar, seja por erros de arbitragem (jogo com o Santa Clara) ou por perdidas incríveis, como aquela bola na barra de Hjulmand em Moreira de Cónegos. E o que dizer do desaparecimento de Gyokeres desde a saída de Amorim? Será também culpa de João Pereira que o sueco só marque de... penálti!
Mas, para mim, o que mais tem prejudicado João Pereira têm sido as inúmeras lesões, algo que é impossível de controlar. Ainda não tinha chegado e perdeu Pedro Gonçalves, cuja importância nas dinâmicas de vitória do Sporting de Amorim os críticos agora optam por ignorar de forma olímpica. E as lesões de Gonçalo Inácio (logo no aquecimento!) e de Eduardo Quaresma em Brugge, sem esquecer que já não tinha Morita. João Pereira cometeu erros, sim, é verdade, mas vejo-o mais como vítima (da saída de Amorim) do que o vilão na quebra do Sporting. Mas quando as coisas correm mal, já sabemos quem acaba por pagar a fatura...
*Editor-adjunto