O Papa João XXIII ficou conhecido como "O Papa Bom". A ele se deve o início do Concílio Vaticano II, tendo sido também relevante o seu contributo para a paz no Mundo. Ficou por isso para a história como "O Papa da Paz".
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Foi decisiva a sua intervenção na mediação do conflito entre as duas superpotências de então - os Estados Unidos da América e a União Soviética - que colocou o Mundo, em outubro de 1962, à beira da guerra nuclear. A sua intervenção junto de John Kennedy e de Nikita Kruschev contribuiu para que prevalecesse a paz.
Uns meses depois - fez ontem 60 anos - João XXIII publicou a encíclica "Pacem in Terris". Nela apelava ao empenhamento de todos na construção da paz. Foi o primeiro texto papal a ser endereçado, além dos fiéis católicos, "a todas as pessoas de boa vontade".
A paz, de facto, só será possível graças ao empenhamento de todos e, particularmente, dos mais poderosos. Por isso, o Papa Bom fez com que a sua encíclica chegasse às mãos do líder soviético Kruschev. E este ter-lhe-á manifestado o seu apreço.
Hoje, vivem-se de novo perigosas tensões no Mundo, particularmente na Ucrânia, as quais poderão levar à insanidade da utilização das armas nucleares. O Papa Francisco tem, por isso, apelado insistentemente à negociação para pôr fim a esta guerra.
Há 60 anos, João XXIII escrevia que se difundia "entre os homens de nosso tempo a persuasão de que as eventuais controvérsias entre os povos devem ser dirimidas com negociações e não com armas". O seu grande receio era um confronto nuclear que conduziria, inevitavelmente, à destruição do planeta.
Por o poderio nuclear ser muito superior ao de então, e ainda maior o perigo de destruição da Humanidade, a palavra de João XXIII é hoje mais atual que nunca. É forçoso que as soluções diplomáticas se imponham à força das armas.
*Padre