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Os primeiros minutos frente ao Maccabi Telavive tinham já mostrado uma nova forma de pressão que, naturalmente, se foi esfumando ao longo do jogo, ao ponto de termos acabado apurados para o “play-off” da Liga Europa com o credo na boca e em desnorte. Frente ao Rio Ave, ao segundo jogo de Anselmi, os primeiros 30 minutos mostraram ainda mais dessa convicção: pressão, ocupação de espaço, mais chegada à baliza, mais remates, algumas oportunidades. A equipa pareceu crescer e acreditar. Mas no momento em que o Rio Ave ultrapassou o factor surpresa e se adaptou, o F. C. Porto já não foi capaz de ser diferenciador. Pelo contrário, começou a acumular os erros que ocorrerão com frequência, tendo em conta que treina em competição um novo sistema táctico com intérpretes defensivos que dificilmente serão seduzidos para um patamar de segurança tendo em conta as suas características. Mesmo com mais rotina, será preciso acreditar muito e ter fé. Os dois golos vila-condenses são disso a primeira amostra evidente.
Dizer que Martín Anselmi deve abdicar dos seus princípios de jogo é um erro. Compete ao clube, apostando no risco da sua contratação, saber com que centrais há-de cozer as suas linhas defensivas. Com contratações de jovens de potencial mas sem o arrumo defensivo que se impunha, o F. C. Porto tem uns dias para se preparar para ganhar ao Sporting ou dizer adeus ao título. E mais uma semana para preparar o jogo frente à Roma. Grandes e decisivos desafios para seguir em frente e crescer em competição ou segurar a luta pelo terceiro lugar com o Braga. Mais vale jogar no risco.
*Adepto do F. C. Porto
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)