É uma espécie de fruta da época. Quando o verão está prestes a ir embora, as estações de televisão, como quem chama pela chuva, encharcam-nos com a seca de conhecer exaustivamente as novidades da próxima grelha.
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As apostas esdrúxulas, as caras de moças e moços bonitos, os caçadores de casamentos, e eu lá fico sempre à espera, ano após ano, na esperança de que a renovação dos programas contemple o regresso dos (thcaraaaam!...) "Jogos sem fronteiras".
No tempo desta competição, que deu a conhecer San Marino aos portugueses, ainda não havia Cristiano Ronaldo. Ou seja, não ganhávamos nada.
Os "Jogos sem fronteiras" vieram romper com a falta de autoestima de um povo em período de adaptação às luzes da liberdade, após as trevas de décadas de ditadura. Foi o nosso 25 de Abril da jogatanas.
Corriam - quase tanto como os nossos atletas - rios de lágrimas quando Vila Moura lutava pela vitória e jogava o seu "joker". Famílias faziam figas em correntes de superstição que nos conduziam à glória, gritada pelo entusiasmo de Eládio Clímaco.
Tempos idos e saudosos substituídos por "Big Brother"s" em que todos perdem, menos os patrocinadores e os videntes das redes sociais.
Jornalista