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José Mourinho está de volta ao futebol português 21 anos depois de ter levado o F. C. Porto aos píncaros da sua história e de ter iniciado no Chelsea uma carreira ímpar além-fronteiras, que o levou a algumas das mais conceituadas equipas do Mundo, casos de Inter, Real Madrid, Manchester United, Tottenham e Roma. Ao longo dessas duas décadas reforçou o estatuto de "Special One" com a conquista de títulos e taças em Inglaterra, Itália e Espanha - só não ganhou na Turquia, com o Fenerbahçe, e com o Tottenham - e de troféus internacionais. Com a Roma juntou a Liga Conferência ao currículo, ao que só falta a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes.
Aos 62 anos, aceitou voltar onde tudo começou a solo. Diz ele que um convite de Benfica, F. C. Porto ou Sporting seria sempre irrecusável. Pela segunda vez na carreira assume o comando das águias com a época em curso e num momento semelhante ao que se vivia em 2000, em pleno período eleitoral. Então, a derrota de João Vale e Azevedo levou-o a apresentar a demissão. Se Rui Costa perder, o que fará? O contrato "protege-o" até ao fim da época, mas será capaz de aguentar até maio se as coisas não entrarem nos eixos e o Benfica voltar a marcar passo? A opção tomada para tentar relançar a carreira - ganhou apenas a Liga Conferência nas últimas oito épocas! - pode também aproximá-la do fim. E deixá-lo sem cumprir o sonho de ser selecionador de Portugal. É um risco que corre, mas com a certeza, porém, de que o espera sempre uma reforma dourada...