A nomeação de Sanna Marin para primeira-ministra da Finlândia não é apenas surpreendente por se tornar a mais jovem chefe de um Governo.
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Nem por ter sido criada por um casal homossexual, por ter sido a primeira pessoa da sua família a frequentar a universidade ou por ter trabalhado numa padaria quando era adolescente. É surpreendente por contrariar um Mundo que subvaloriza o papel dos jovens na política e onde figuras como Donald Trump, Jair Bolsonaro ou Boris Johnson começam a ser norma.
E quando diz que quer construir uma sociedade social, económica e ambientalmente sustentável, onde todas as crianças possam ser alguém na vida e envelhecer com segurança e felicidade, não é só mais um soundbite ou mais um cliché pela democracia. É um sinal de que uma nova classe política poderá emergir mesmo em plena crise nos partidos de Centro e Esquerda e crescimento dos extremistas de Direita.
Sanna Marin como Jacinda Ardern, que é mais jovem primeira-ministra da Nova Zelândia e que já deu provas de como se pode ser um exemplo para todos, homens e mulheres, tem agora a responsabilidade de não defraudar as expectativas daqueles que acreditam na geração que representa. É cada vez mais claro que os mais jovens não estão a divorciar-se das suas responsabilidades e que não abdicam da sua parte da história. Jovens, mulheres, mães mostram sem dúvida que há novas formas de conduzir os destinos dos países, mesmo que partilhem as imagens dos filhos e façam selfies. Mesmo que sejam como qualquer um de nós.
Ontem os britânicos foram mais uma vez às urnas. É certo que não terão um chefe de Governo com o carisma e a simpatia de Sanna Marin ou Jacinda Ardern. Porém, importante é que qualquer líder de um país não se esqueça que o Mundo é de todos, mas que quem cá fica serão sempre os mais jovens.
Diretor-adjunto