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Temos hoje uma juventude melhor preparada que na geração anterior, mas pergunta-se se o País tem consciência disso e a estrutura económica, a começar no Estado, lhe corresponde. Questão vital, em dois aspetos, na participação cívica e na remuneração salarial. Seja, se a governação é capaz de incentivar ao voto e interesse na vida pública, se a economia pública e privada remunera em conformidade as suas capacidades técnicas e formativas.
Creio que, a ambas as questões a resposta não é muto positiva, daí a fuga de jovens bem preparados para o exterior e a debilidade qualitativa da classe dirigente, a começar no próprio Governo. Há hoje consciência, que só os próprios beneficiados não veem, da fragilidade da classe política e pública dirigente, oriunda das Jotas partidárias e sem curriculum, o que nada ajuda a cativar para a vida pública aqueles que singram academicamente. Daí essa fuga para o exterior e a degradação que se vai acentuando do nosso ensino, com ministros, começando na educação, que reprovariam diante de provas com qualificados professores.
Isto, como se percebe, não pode continuar, governantes têm de ter curriculum e provas antes de serem chamados a desempenho e os partidos, a começar pelo PS, têm de voltar a formar cívica e profissionalmente as suas jotas. Trata-se de uma questão de democracia, quando os sinais da sua fragilidade se acentuam e, como diz o povo, "depois da casa roubada trancas à porta", o que não resolve os problemas.
Relembro um amigo, José Augusto Seabra, que pugnava pela Educação Cívica no ensino. Reforço a ideia nos partidos, de poder, sobretudo, hoje transformados em "agências de emprego" pouco seletivo. Acordem, enquanto a democracia ainda aguenta!
*Arquitecto e professor