Corpo do artigo
É habitual fazer-se a avaliação dos primeiros cem dias de um Governo, de um presidente e até de um Papa. Os cem dias da eleição de Leão XIV ocorreram no passado dia 16.
No dia anterior, um dia muito significativo para a Igreja Católica, no final da oração do angelus, o Papa confiou "à intercessão da Virgem Maria, Assunta ao Céu, a nossa oração pela paz", um tema presente desde o início do seu pontificado. No dia 17, domingo, celebrou a eucaristia e almoçou com cem pessoas em situação de vulnerabilidade social, no Borgo Laudato Si", em Castel Gandolfo. Nesta iniciativa, Leão XIV faz alusão a duas das principais preocupações de Francisco: os pobres e o cuidado da criação.
Os primeiros cem dias de Francisco, com os gestos que teve, as palavras que proferiu e as decisões que tomou, foram um verdadeiro ciclone na Igreja. A escolha do nome que traduz a atenção aos mais pobres; a viagem a Lampedusa para chamar a atenção para o problema da imigração; a nomeação do colégio dos cardeais para o ajudarem no governo da Igreja, entre outras, clarificaram as suas principais preocupações e traduziram o seu ímpeto reformador da instituição que começou a liderar.
Já os primeiros dias do pontificado leonino foram bem mais serenos, em comparação com o seu antecessor. Contudo, deu para perceber que a paz é uma das suas preocupações, bem como dar continuidade a reformas introduzidas por Francisco.
Em tempos em que até a União Europeia tem de se esforçar para ter peso em negociações de paz, não será fácil para o Papa, para além de rezar pela paz, dar relevância diplomática à Santa Sé. Será também uma tarefa árdua pacificar a Igreja, conciliando os que se opõem às reformas projetadas por Francisco com os que são seus acérrimos defensores.
Para o bem da Igreja e do Mundo, deseja-se a Leão sucesso em ambos os esforços.