Conhecida com este nome, mas mais complexa que a abreviatura, tem suscitado os mais díspares comentários, incluindo do PR, esquecendo o objetivo, que é aumentar a base de implantação de construções para habitação dita “social”.
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Verificamos, nas últimas décadas, Governo de António Costa incluído, que a construção de “habitação pública”, cooperativas incluídas, foi muito reduzida ou nula. Exemplo, a Câmara do Porto, maior senhorio da cidade, pouca habitação produziu com apoio estatal nas últimas décadas e só com a presidência de Rui Moreira apoiou cooperativas de habitação, modelo essencial para criar “classe média urbana”, suporte de poupanças e vida cívica e democrática das cidades.
Estamos em fase política em que se “mistura tudo” e todos criticam, mas “soluções alternativas” consistentes não se apresentam, o que gera muito ruído, mas não leva a solução dos problemas. Sabe-se que a crise de habitação tem outras razões e que a especulação imobiliária também, portanto não se produz este bem urbano essencial ao equilíbrio das cidades de um momento para o outro e sem apoio ou iniciativa pública.
Os modelos tradicionais, se os quisermos recuperar, temos de começar com forte investimento na produção de” solo a custo controlado” e isso tem de ser iniciativa das autarquias com apoio do Governo, exige planeamento e controlo sobre a urbanística das cidades e articulações periféricas, cedência de espaços públicos edificáveis não à especulação mas aos promotores sociais, ao “negócio de interesse coletivo”, a alma de sobrevivência da urbe democrática.