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Na introdução do programa eleitoral do PCP às legislativas de 2015: "Os portugueses que foram confrontados com novos e mais brutais sacrifícios não podem deixar de reconhecer a comum responsabilidade de PS, PSD e CDS pelas políticas que executaram e pelos acordos espúrios a que submeteram o país. (...) Os documentos que projetam a evolução futura do país, abrangendo o período da próxima legislatura - os Programas Nacional de Reformas e de Estabilidade do Governo do PSD/CDS-PP, o programa eleitoral do PS e o respetivo cenário macroeconómico confirmam a intenção convergente de prosseguirem, consolidarem e aprofundarem a regressão social, a exploração e o empobrecimento. Produto das mesmas opções políticas de submissão aos grandes grupos económicos, ao espartilho da União Económica e Monetária e da dívida, os programas do PSD, CDS e PS traduzem, nas suas orientações e medidas, a intenção de eternizar o rumo de declínio nacional, patente nas suas próprias projeções da evolução do crescimento económico e do emprego que não asseguram a recuperação dos níveis de destruição de riqueza e emprego dos últimos anos".
No anexo ao Manifesto Legislativas 2015 do Bloco de Esquerda, intitulado Democracia contra o Colonialismo Financeiro, pode ler-se:
"O Bloco de Esquerda, como sempre afirmámos, defende uma política de Esquerda que recuse mais sacrifícios em nome da moeda única. Afirmar a existência dessa alternativa é hoje, antes de mais, uma batalha pela democracia; referendar o tratado orçamental e iniciar um processo de reestruturação da dívida pública são passos essenciais desse caminho. É com a clareza desse mandato - que, como assumimos na última convenção, pode resultar num rompimento com a União Monetária -, que os representantes eleitos do Bloco atuam em defesa de um caminho alternativo ao autoritarismo europeu".
Lido com os nossos olhos, resta perguntar: que raio de acordo sério se pode fazer nestas circunstâncias? A rasgar as linhas acima, como ficam os eleitores comunistas e bloquistas?
O problema não é ultrapassar, dentro das regras, quem venceu. O problema é forçar uma adulteração relâmpago de dois partidos com responsabilidades históricas ou crescentes no regime.
A confirmar-se será violento o efeito boomerang sobre António Costa, sobre o PS e, obviamente, sobre o país.
O problema não é ultrapassar, dentro das regras, quem venceu. O problema é forçar uma adulteração relâmpago de dois partidos com responsabilidades históricas ou crescentes no regime