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A vontade de trocar máscaras cirúrgicas por outras mais efémeras pode justificar o número, mas gastar perto de 3,2 milhões de euros em festas de Carnaval, num altura de crise social, pode ser visto como excessivo. E estamos a falar apenas de desfiles e afins de nove localidades portuguesas, onde o Entrudo se inspirou na folia do Brasil, aí sim, terra de festividades que roçam a loucura. Nada contra quem, por estas alturas, esconde a sua essência com cores coloridas, se torna matrafona ou enfrenta o frio com o corpo desnudado. Cada um faz o que quer e, se a vida são dois dias e o Carnaval são três - como diz a canção - , haja fôlego que a liberdade também passa por aí. O que é confuso é que em Portugal tudo custa milhões, os lucros de empresas e banca são de milhões quando milhões de contribuintes têm de viver com tostões. E isto não acredito que ninguém leve a mal.
Jornalista