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Quando um artista decide mexer em obras clássicas de um outro músico ou realizador, corre o risco de pegar em material quase sagrado e cometer o sacrilégio de o estragar. Alguém quer recordar a versão de "Smells Like Teen Spirit" dos Take That ou os Aerosmith a tocar "Come Together", dos Beatles?
Apesar de saber destes riscos, acho que está na altura de dar uma nova letra à "Liberdade", de Sérgio Godinho, mesmo que a métrica vá parar às urtigas. Mas em tempos de exceção, são necessárias medidas de exceção. Ora acompanhem lá, a ver se não está atual. Não há liberdade a sério enquanto a paz (estiver difícil), o pão (estiver caro), a habitação (só for acessível após vender um rim), a saúde (estiver na miséria) e a educação (estiver em greve)... Juntem-lhe uma música irritante para o jogo de cadeiras e não é preciso mais para descrever os tempos que correm.