À 22.ª, a expulsão de Sérgio Conceição não revela o seu mau feitio, antes o molde de alguma arbitragem que não concebe exercer a autoridade senão a puxar de cartões.
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Talvez porque não saiba, talvez porque não queira. A verdade é que a expulsão do treinador do F. C. Porto é, a todos os títulos, grosseira e incompreensível. As duas expulsões de jogadores (uma para cada lado) são monumentos à expressão do erro, absurdos segundos amarelos por um árbitro que parecia querer encolher as equipas para ter mais espaço na ilha. Um manifesto sobre como estragar um jogo que, claramente, mudou então para ambas as equipas, condicionando-as.
Um jogador, por definição, tem que querer jogar o jogo, algo que o Marítimo quis destruir e o F. C. Porto adormecer. Os excessos de agressividade e de sonolência conviveram durante a primeira parte, mantendo vinte jogadores vivos em campo e fazendo de Diogo Costa o homem dos primeiros 45 minutos. Na segunda parte, o F. C. Porto reapareceu em campo e mostrou que para ser campeão tem que jogar com e contra todas as forças. O belíssimo golo de Wendell afirma o brasileiro como reforço e o extraordinário lance de Pepê culmina no golo a quem mais fez para o merecer: Galeno, que volta a ser decisivo pelo que faz e entrega ao jogo. Três pontos e uma falta disciplinar por intermitência.
A subir
A capacidade de não perder a frieza e o grau de compromisso perante a intempérie insular. Apesar de não se compreender como a equipa se coloca num esconderijo durante o primeiro tempo, a saída dos balneários respondeu aos (tantas vezes habituais) 45 minutos de avanço dado ao adversário.
A descer
Um conjunto de decisões erradas compreende-se por um mau dia quando afecta, como foi o caso, ambas as equipas. Foi uma lição de indisciplina vinda de Fábio Veríssimo, aquele que ninguém pode mandar para a rua, como os treinadores. Nem fazer marcar um penalty óbvio sobre André Franco. Nem expulsar Pablo Moreno aos 23 minutos e Val Soares à meia hora. Nem recolocar em jogo os jogadores que expulsou por segundos amarelos injustificados. Mau demais, mesmo para um dia mau.
*Adepto do F. C. Porto
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)