Por muitos dedos que se apontem a meteorologistas, há coisas que só à Natureza caberia explicar.
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O que aconteceu no Sul revela o mal que se tem feito em termos urbanísticos, admitindo-se tudo e mais alguma coisa em leitos de cheia, zonas ribeirinhas e afins. Haja mercado imobiliário que logo se vê. Bem sei que Lisboa vai avançar agora com um plano de drenagem, previsto desde 2002, e que será realidade em 2025 se não houver obstáculos. A chuva foi impiedosa para muitos e haja seguros para diminuir a dor da perda. Mas não é só a zona da capital que está de rastos em termos de prevenção. É o país. Olhemos com atenção para o que se constrói em zonas dunares, em margens de rios e ribeiros, em lugares onde o betão não deveria existir. Lisboa poderá ser (mais uma) lição a tirar. Apesar de temer que, depois da tempestade, venha o conveniente esquecimento.
*Jornalista