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O rosto da equipa não esmorece aos primeiros minutos. À saída dos balneários, o F. C. Porto não vacila, lança-se sobre o adversário, cria oportunidades, baralha e volta a dar. Ao primeiro assomo contrário, porém, encontra adversidade e busca acerto emocional para retomar o fio de jogo. Apesar de deixar fugir a vantagem por duas vezes, a equipa nunca se sentiu perdida ou deixou de mostrar carácter frente à fragilidade que a história recente apregoava, memória de galo. O Estoril acreditou que a história se repetiria mas o Dragão deu uma resposta de maturidade e ligação das segundas linhas. Os dois primeiros golos, por Grujic e André Franco, são disso um bom exemplo. O desacerto do VAR continua a fazer estragos incompreensíveis. Alguma razão haverá para que não se apercebesse do toque que Namaso sofre em falta atacante do adversário, acto que precede o primeiro golo estorilista. Se Gustavo Correia não estaria obrigado a ver, não se percebe como Fábio Melo não consegue sinalizar, com múltiplas câmaras, uma falta de Tiago Gouveia que se ajuíza num só plano aproximado. Não se compreende como não expulsa Cassiano, com o segundo amarelo, por pisão a Eustaquio bem perto do intervalo. Não se entende como não assinala penálti sobre Toni Martínez, no amanhecer da segunda parte. Muitos erros, todos para o mesmo lado, que podiam ter ajudado a escrever um jogo diferente. Como o de hoje, frente ao Inter, lançado nas bases de uma História que é sempre ligação prioritária para o Dragão. Muito mais agora.
POSITIVO: Taremi a entrar e resolver é um tónico de confiança raro, ele que está habituado a calçar de início e fazer a diferença. A saltar do banco ao minuto 69, sofre o penálti e marca-o irrepreensivelmente, restabelecendo a vantagem pela terceira vez. O iraniano assume. No campo e fora dele.
NEGATIVO: As equipas chegam ao Dragão a jogar olhos nos olhos, aproveitando alguma insuficiência e inconsistência em determinados momentos de jogo do F. C. Porto. Frente ao Estoril, viveu-se mais um capítulo que escreveu a história de um jogo com tudo para ser ganho e que se complica por culpa própria e alheia.
*Adepto do F. C. Porto
o autor escreve segundo a antiga ortografia