A palavra inflação integra o nosso vocabulário diário. Mas, apesar dos seus efeitos na carteira, os portugueses não estão familiarizados com o conceito.
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Um estudo da Comissão Europeia mostra que só 55% dos portugueses inquiridos respondeu acertadamente a uma questão básica sobre este tema, a par dos gregos, e pior só os cipriotas.
O diagnóstico que denuncia a falta de literacia financeira dos portugueses está traçado faz tempo. Assim, os conceitos de poupança e de investimento têm de ter tradução no dia-a-dia das pessoas.
Das finanças à saúde, só este ano é que Portugal lançou a Estratégia de Literacia Financeira Digital e o Plano Nacional de Literacia em Saúde e Ciências do Comportamento 2023-2030, que sucede ao Plano de Ação para a Literacia em Saúde 2019-2021. Segundo a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, 61% dos portugueses apresentam um nível inadequado ou problemático de literacia em saúde. Urge, por isso, passar dos planos e das estratégias às ações, para que as pessoas consigam tomar melhores decisões e saibam como fazê-lo.
É fundamental uma nova agenda para a Literacia Cidadã, que considere as literacias financeira, digital, ambiental, em saúde e sobre o sistema político. As escolas e as instituições de Ensino Superior são convocadas para o cumprimento deste desígnio. E, depois, as associações cívicas e juvenis, a televisão, a rádio e as redes sociais.
A literacia e o exercício da cidadania são inseparáveis e indispensáveis à sustentabilidade da democracia e da economia. A consciência cívica beneficia com mais informação, mais esclarecimento e mais preparação. O Ano Europeu das Competências lançado em maio traz o impulso necessário à ação.
* Presidente da Federação Académica do Porto