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“Aquecimento global” é um dos termos que mais se tem utilizado nos últimos tempos e que todos nós começamos a saber exatamente o que significa, ou não sentíssemos na pele o aumento da temperatura.
Se em vários pontos do planeta esse fator é tão dramático que já leva a rotas migratórias à procura de novos lugares para se viver, os conhecidos “refugiados climáticos”, na Europa, embora de forma menos grave, assistimos a temperaturas muito elevadas, não habituais, e fora do tempo, o que leva à procura de espaços mais frescos.
Por isso, a existência de pontos de água ou sombreamento torna-se essencial no planeamento e desenho das cidades. A exemplo, Barcelona e Lisboa já estão a mapear os registos de determinados locais da cidade onde as ilhas de calor urbano são assumidas, o que tem requerido importantes ações de mitigação e ação climática, incluindo uma atenção especial na criação de sombras, com prioridade em plantar árvores.
Nos espaços da cidade onde não existem árvores, agrava-se o desconforto térmico nos dias de maior calor. Recordo que apenas o efeito do arvoredo na cidade pode baixar a temperatura urbana em cerca de 12 graus Celsius.
Por isso, há novos desafios que se colocam, hoje, ao desenvolvimento urbano. Daí se assistir a ações e projetos-piloto para melhoria do conforto térmico ambiental. A criação de espaços verdes, ensombramento arbóreo, a utilização de toldos nas ruas mais estreitas, a incorporação de elementos de água no espaço público ou a aplicação de materiais construtivos mais adaptados ao calor, são alguns caminhos a seguir.
Em síntese, urge um novo urbanismo que crie refúgios urbanos para a construção de cidades mais humanas.