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Houve pouca eficácia, no clássico de quarta-feira, entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Dos sete remates à baliza para cada um, só quatro deram golo. E nalguns mais por falta de jeito a defender, do que por eficácia no ataque. Resultado, 2-2. Não é receio de tomar partido. Este texto foi escrito em tempo real e só tinha uma regra definida à partida: não haveria recurso ao VAR. Mas vamos à análise dos lances.
O clássico começou pelo Apagão. Não há muito para dizer, ninguém marcou.
Na economia, foi Montenegro quem meteu a bola nas redes. Mas ambos se perderam em jogadas confusas. É provável que a maior parte dos adeptos não tenha percebido nada (o que é uma política invariante, perguntava-se no estádio).
Na saúde, outro golo para Montenegro. Tanto mais extraordinário, quanto Pedro Nuno Santos falhou remates de baliza aberta, tão maltratadas andam as urgências.
No caso da Spinumviva, não houve recorte técnico, foi uma luta na lama. Montenegro estava lesionado. Golo para Pedro Nuno Santos.
Nas pensões, outro golo do socialista, não por ser especialmente convincente, mas por ter jogado com o medo (compreensível) dos adeptos à mudança de regras que o adversário anda a namorar.
Na habitação, um empate entre empatas. Mereciam perder os dois, mas isso seria adulterar as regras do jogo. Nenhum deles será capaz de resolver o mais dramático problema da sociedade portuguesa. Provavelmente, o preço das casas só baixa quando houver uma goleada nas competições europeias e a bolha rebentar, como na crise da troika. Problema: implica recessão, desemprego, prestações em atraso ao banco e vendas ao desbarato em leilão.
Na governabilidade, fizeram antijogo. Nenhum se compromete com nada. Se houvesse público no estúdio, seriam assobiados.
O minuto de descontos foi de pontapé para a frente. Na verdade, um debate não é um tempo de antena. No jogo da política, o minuto de propaganda devia ser ilegal.