Lusofonia e empreendedorismo: uma aposta estratégica
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Quando falamos de lusofonia, não falamos apenas de língua, cultura ou história partilhada. Falamos também, cada vez mais, de uma oportunidade económica estratégica que Portugal não pode desperdiçar. Num mundo marcado pela globalização, pela incerteza geopolítica e pela necessidade crescente de diferenciação, a lusofonia oferece-nos um espaço privilegiado para projetar empresas, inovação e talento jovem, criando uma alternativa estável e confiável em contextos internacionais complexos. Os países africanos de língua portuguesa, especialmente Angola, Moçambique e Cabo Verde, representam mercados em crescimento acelerado, com grandes oportunidades em setores-chave como tecnologia, energias renováveis, agroindústria e serviços digitais. Portugal pode, com o seu tecido empresarial jovem e dinâmico, ter uma posição privilegiada para explorar e liderar essas oportunidades, fortalecendo não só as relações bilaterais como também ampliando o alcance das empresas portuguesas no contexto global.
O empreendedorismo jovem deve ser o motor central desta estratégia com startups, scaleups e jovens empresários com maior facilidade em estabelecer relações rápidas, identificar nichos e criar parcerias internacionais sustentáveis. Estes jovens não só trazem inovação, como também uma nova abordagem na forma de gerir negócios, mais aberta à colaboração internacional e sensível às questões sociais e ambientais. É fundamental reconhecer este potencial e colocá-lo na agenda económica. Contudo, o verdadeiro potencial desta ligação só será realizado com políticas públicas coerentes e eficazes, que simplifiquem processos burocráticos, apoiem a mobilidade de talentos e criem ambientes fiscais e regulatórios favoráveis. É essencial apostar numa maior aproximação cultural e educativa entre os países lusófonos, promovendo intercâmbios e parcerias académicas.
É hora de Portugal apostar na lusofonia como plataforma económica global. Temos as condições históricas, culturais e empresariais para construir um espaço lusófono empreendedor e competitivo. É preciso agir agora, fazendo do empreendedorismo jovem o catalisador decisivo desta nova era de cooperação económica. Só assim transformaremos esta oportunidade em verdadeira riqueza partilhada.