O ataque à base militar de Yavoriv, que ontem provocou dezenas de mortos e feridos, é o sinal de que a guerra entrou numa escalada cada vez mais perigosa.
Corpo do artigo
Para a base de Yavoriv, um dos principais centros para exercícios militares conjuntos entre as forças ucranianas e da NATO antes do conflito, estava agora a ser encaminhada a ajuda militar enviada pelo Ocidente. Na mesma base, é ministrado treino a civis estrangeiros, que se juntam ao exército ucraniano no combate às forças russas.
É um local nevrálgico, situado a 25 quilómetros da Polónia, país membro da NATO. O presidente polaco, após o ataque à base, veio dizer que o Ocidente terá de mudar de atitude em relação ao conflito. Ou seja, intervir ativamente. Ora é isso, precisamente, que é preciso evitar. Os líderes ocidentais, nestes conturbados dias, deviam, sem tempo a perder, juntar as duas forças em conflito: encontrar um caminho para a paz, que obviamente exigirá cedência das várias partes. Só essa solução - difícil, mas que deve ser tentada até ao fim - permitirá a milhões de pessoas, que viram as suas vidas interrompidas, retomar a esperança de um regresso a casa. Para que milhões de crianças - principais vítimas da guerra, mais de metade dos refugiados a procurar abrigo nos países vizinhos - possam viver como crianças.
Qualquer que seja a solução, sabemos, dificilmente apagará o ódio da invasão russa. Uma invasão feita à revelia das mais elementares normas do direito internacional e da convivência entre os povos, que exacerbou esse ódio onde ele já existia e o fez alastrar a quem ainda não tinha sido tomado por tal sentimento. Sabemos, qualquer acordo de paz servirá apenas como uma tampa para baixar as chamas da fogueira para onde tanto combustível tem sido lançado. Mas é preferível, sem dúvida, ao rastro de morte e destruição a que temos assistido - um conflito, na Europa, contendo todos os ingredientes para confluir em algo ainda mais destrutivo.
Editora-executiva-adjunta