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É sempre uma questão de tamanho. O telemóvel mais caro, o carro mais potente, a maior televisão ou até o maior naco de carne maturada naquela restaurante da moda. Este é um exercício estúpido, mas habitualmente inócuo, se conseguirmos suportar a verve de pato bravo que por vezes apanhamos no dia-a-dia. Mas há momentos em que esta vontade de ser o maior interfere com a vida dos outros, como é o caso do espetáculo a que temos assistido no Parlamento. Seria mesmo necessário fazer interrogatórios de Comissão Parlamentar de Inquérito horas a fio e noite dentro, com perguntas repetidas secundadas por respostas estudadas ditas e reditas "ad nauseam"? Há assim tantas maneiras diferentes para fazer questões à espera de uma contradição? Só pode ser para que no bar do Parlamento, no dia seguinte, se possa dizer ao colega de outro partido: a minha CPI é maior do que a tua.
*Jornalista