O CDS-PP esteve, nesta e na última década, vários anos no Governo e não seria pior que explicasse o que fez, que propostas lançou e que medidas concretizou para resolver o problema da floresta, da desertificação, abandono e empobrecimento do interior, ou para combater os efeitos das alterações climáticas e melhorar o dispositivo de combate ao fogo.
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No capítulo das políticas relativas a espécies arbóreas, só me lembro do partido em tempos financiado por Jacinto Leite Capelo Rego ter assinado o abate de sobreiros.
Nos anos em que Assunção Cristas foi ministra da Agricultura, de 2011 a 2015, houve 24 mortes nos incêndios, segundo o Expresso. Além de ter aberto a porta a mais eucaliptos, o que fez a agora líder do CDS para melhorar a situação ou sequer debater o estado miserável a que já tinha chegado metade do país? Quantas reuniões teve com os seus colegas ministros para propor reformas integradas das estruturas da Proteção Civil e de vigia das florestas, para fomentar a ação preventiva, para fiscalizar e apoiar a limpeza das matas?
Uma líder que propôs, no Parlamento (!), que o país gaste dinheiro, sem sequer ter a coragem de dizer quanto, em 20 novas estações de metro em Lisboa - uma ideia que é um hino à ostentação e ao desprezo por todos os que tiveram de abandonar aquela metade do seu país para sobreviver -, devia ter mais decoro, em vez de se andar a passear por aí em grave pose de Estado, acompanhada por ainda mais graves e desmemoriados acólitos.
* JORNALISTA