1) Na passada semana, a transmissão, pela RTP, do Porto-Rio Ave foi interrompida a alguns minutos do fim. Após alguns momentos com o costumeiro aviso de problemas (não fora não termos reparado!), passou-se à mira técnica, a anúncios e ao Telejornal. Quando se esperava uma explicação e um pedido de desculpas pelo sucedido, o assunto foi ignorado. Apenas a meio do noticiário, certamente após vários telefonemas de protesto, a justificação foi dada. Nada de espantar, afinal o problema tinha acontecido lá para o Norte. Lá longe, onde, como se sabe, nada se passa. Só assim se explica que, na 4ª-feira, dia do Braga-Standard de Liège, para a Taça UEFA, a secção de desporto do Telejornal tenha ignorado esse jogo, que começava dali a pouco, mas não o derby da 2ª circular que se jogaria dali a três dias (e que Boloni, treinador da equipa belga, havia dito que era importante para decidir o 2º lugar do campeonato...). Decididamente, para a direcção de informação da RTP, a norte não se pode passar nada. E quando se passa, como o Paços de Ferreira-Porto, dá-se aos telespectadores como conduto um locutor de uma ignorância, feita de antiportismo militante, que o leva a não saber o que é um penálti, nem a conseguir distinguir entre andebol e futebol. E tudo perante o silêncio cúmplice do intelectual do regime para o futebol. Quando os árbitros erram, a respectiva comissão põe-nos em pousio durante uns tempos. Sugiro à RTP que comece a fazer o mesmo com os seus locutores. Sugiro mesmo mais: que passem a ter um canal Premium em que transmitam os jogos, sem comentários. Só com o som ambiente. Poupam nos custos e cobram mais. Por mim, torno-me logo assinante! Por uma questão de saúde mental.
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2) Consta que os funcionários da TAP vão fazer greve. Com a empresa a custar uns largos milhões de euros, por ano, ao erário público (leia-se, contribuintes) essa poderia ser uma boa notícia se, de uma vez por todas, levassem a TAP à falência, poupando-nos o custo do arrastar da situação. A má notícia é que, aparentemente, a greve será apenas durante o período da Páscoa, altura em que alguns milhares de emigrantes portugueses insistem, a despropósito, em vir a Portugal. Um amigo meu diz que ainda há uma réstia de esperança que tudo dê certo e que a TAP vá mesmo à falência: o ministro Mário Lino ofereceu-se para mediar o conflito!
3) O Aeroporto Sá Carneiro foi considerado um dos melhores da Europa. O júri deve ter vindo cá em dias de sol. Se fosse em dias de chuva e usasse o nível das partidas, com as pingas a caírem mesmo em cima do local onde param os automóveis, aposto que a decisão seria outra...
4) O regresso de Lisboa, de avião, é agora, ainda, mais agradável com a generosa oferta de literatura (duas revistas e um jornal). Quando se sai do Porto há apenas meia dúzia de jornais. É a TAP a zelar por nós. Na ida, não nos podemos distrair. Leiam-se os dossiês. Medite-se sobre as reuniões. Prepare-se o trabalho. Depois do dever cumprido, no regresso, podemos descontrair. Ou será que a TAP teve um rebate de consciência e decidiu compensar quem tem de ir lá baixo?
A vida está difícil. Mas, hoje, apeteceu-me fazer um intervalo para maledicência. É Carnaval, ninguém leva a mal!