O espírito natalício está em alta. E no nosso jogo esteve, claramente, presente. Quando o Vitória se conseguiu libertar da pressão, no primeiro tempo, ainda sem sofrer, fez uma oferta para o primeiro golo sportinguista e desperdiçou, pouco depois, a oportunidade de empatar. Na sequência desse lance sofremos o 2-0.
Não está naturalmente em causa a vitória da equipa lisboeta, mas as entradas de Diogo Sousa e Telmo, ao intervalo, trouxeram uma outra energia e disposição à minha equipa. Depois do brinde sportinguista (o 2-1), o estádio ganhou aquela vibração que, muitas vezes, nos permite ganhar a equipas bem melhores que a nossa. Sentia-se isso contra uma equipa com uma massa salarial mensal que daria para pagar mais de meia época a todos os jogadores vitorianos. Mas o espírito natalício prevaleceu e quando o estádio estava unido a puxar pela reviravolta, mais um brinde que nos matou o ânimo e a crença. Quem dá menos brindes, tem mais probabilidades de ganhar.
O espírito natalício está, paradoxalmente, em alta ao nível diretivo. As três equipas do costume jogam, há décadas, num campeonato feito para só elas ganharem. As declarações dos dirigentes dos clubes do sistema são, para mim, sempre hilariantes. Não dá para as sentir de outra forma. Estamos, atualmente, na fase: "ou comem todos (os três), ou há moralidade". Mas tudo irá acalmar, pois os benefícios serão, de futuro, mais equilibrados. Sempre assim foi.
Fui resgatar a minha boa disposição quando, ao chegar a casa, acompanhei a Ana num documentário sobre os ABBA que então dava na TV. E o "Mamma mia" da frustração transformou-se. Bom Natal.

