Tenho para mim que é sempre melhor reservar-me em relação ao que sinto pelos que admiro. Creio que aprendemos, não sei precisar quando, que não cai bem estar constantemente a elogiar aqueles que admiramos. Que pode cair em bajulação. Parece que queremos algo em troca, ensinaram-me. "Pode pensar que...". Será?
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Há algum tempo que me tenho questionado sobre isso. Apercebo-me que, com medo do que pensam sobre nós, aprendemos a não dizer aos outros o que pensamos sobre eles. Sobretudo a elogiar. Talvez tenhamos mais aptidão para registar a falha, reparar no erro e dar todos os outros feitos como adquiridos. Assim acabamos por ignorar o sucesso de cada pessoa.
Temos em Portugal excelentes profissionais em diversas áreas: restaurantes fabulosos, pessoas atenciosas, técnicos experientes e dedicados, artistas de enorme talento. Aprendemos a não elogiar quem merece os maiores aplausos. Será isto justo? Porque havemos de nos conter em manifestar apreço?
Decidi então que passarei a elogiar. Pelo sim pelo não, opto por pecar por excesso.
Não significa que não proteste e reivindique de cada vez que alguém ignorar os meus direitos. Não. É só aplicar a energia que tenho também a construir. E começo já por elogiar os estabelecimentos que adquiriram para si o livro de elogios.
Elogie-se! Como um manifesto.
Elogiar pode ajudar a manter viva a vontade de quem está a dar o seu melhor, pode dar força e empoderar quem está a meio caminho de um objectivo desafiante! Vou privar essa pessoa da minha força porquê?!
Elogio a quem merece! Sem medo. Pode falar mais baixo quem só quer dizer mal? É preciso elogiar.
A autora escreve segundo a antiga ortografia
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