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Os pessimistas que me perdoem, mas nem tudo é negrume nos resultados da primeira fase do mais recente Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES). Haverá dados a merecer análise mais aprofundada e até passíveis de suscitar alguma preocupação, mas a Universidade do Porto voltou este ano a ter motivos para sorrir: obteve o primeiro lugar no chamado "índice de procura", tem três cursos entre os cinco com nota de entrada mais alta (liderando este ranking) e conseguiu ainda que 37 dos seus 59 cursos de licenciatura e mestrado integrado (67%) alcançassem as maiores notas de acesso do país.
Bem sei. Também conheço o adágio segundo o qual o elogio em causa própria é vitupério. Mas, neste caso particular, e considerando a dimensão dos objetivos alcançados, parece-me igualmente adequado recorrer à jurisprudência da frase de Walt Whitman que diz que "se conseguiste fazê-lo, não é gabarolice".
Factos são factos: a Universidade do Porto trabalha para se afirmar, ano após ano, pela capacidade de atrair os melhores estudantes, formar os melhores profissionais, produzir a melhor investigação e, deste modo, contribuir para impulsionar o progresso e o bem-estar da comunidade que temos o dever de servir. Os resultados da primeira fase do CNAES confirmam, pois, que estamos no caminho certo e que continuamos na dianteira do Ensino Superior em Portugal, traduzindo o esforço de toda a comunidade académica para atingir a excelência.
Isto não significa que não tenhamos consciência dos problemas que enfrentamos, dos desafios que temos por diante e da necessidade de trabalhar arduamente para continuarmos a merecer a confiança dos melhores. Urge, desde logo, criar condições para evitar o abandono por parte de estudantes oriundos de contextos socioeconómicos menos favorecidos - e, consequentemente, atalhar o desperdício de talento e de criatividade -, reforçando a ação social e o programa de bolsas de mérito. Mas que ninguém duvide de que a Universidade do Porto tudo fará para continuar a preparar aqueles que hão de ajudar a inventar o nosso futuro comum.