Corpo do artigo
Há quem goste de carne maturada. Eu, como desconfio das enzimas, prefiro carne fresca. Por isso, esta discussão à volta do metrobus cheira-me a azedo. Há quase dez anos que se fala do BRT. O concurso é de 2021, as obras começaram em 2023 e, entre odes à "descarbonização" (palavra bonita que só perdeu força quando foi preciso dar espaço aos popós na Marechal, tirando a única vantagem que distingue o metrobus de um autocarro muito caro: o canal exclusivo), até a absurda solução de pôr os veículos a virar em contramão na rotunda mereceu elogios. Os sinos celestiais da harmonia "encandearam-me" de tal forma os ouvidos que não ouvi protestos. Contudo, o projeto maturou e agora é servido à mesa das autárquicas. O transporte público até pode ficar bem na ementa, mas não tem categoria Michelin.