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Leio as notícias divulgadas pela Comunicação Social nas últimas semanas, depositando a máxima confiança e credibilidade nos players que atuam a partir do Norte de Portugal.
1. Aguardo com serenidade o esclarecimento cabal do incidente que ocorreu com os voluntários que participaram no ensaio de medicamentos conduzido por um laboratório privado em França para a Bial. O bom nome da farmacêutica não deve estar em causa num momento em que ainda se averigua o que terá ocorrido neste processo. Convicto de que a Bial cumpriu todas as normas previstas no ensaio de medicamentos, cabe-me ficar ao lado de uma empresa que tem sido exemplar na sua área de atuação e que tem contribuído para passar ao exterior uma imagem empreendedora e inovadora da Região do Norte e do país.
A Bial tem demonstrado que sabe conjugar as apostas na investigação e desenvolvimento tecnológico, na internacionalização e na qualidade. O futuro do maior grupo farmacêutico português, e um dos principais a nível ibérico, não sairá fragilizado, tanto mais por ser uma empresa que tem na ética um dos seus principais valores.
2. Leio as notícias sobre a redução de ligações aéreas entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e algumas capitais europeias e digo que não se pode colocar em causa a importância desta infraestrutura para a coesão do país. E que erro crasso seria virar as costas ao mercado galego e inverter um ciclo de crescimento! O Norte de Portugal está estrategicamente posicionado entre a Europa, a América e a África, sendo uma região privilegiada que serve de porta de entrada para um mercado de meio bilião de consumidores. Concentramos o maior número de empresas exportadoras e contribuímos decisivamente para a balança comercial portuguesa. Recordo ainda que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, modernizado com o apoio dos fundos da União Europeia, tem sido distinguido pelos próprios passageiros, 8 milhões em 2015, como um dos melhores a nível europeu. Exige-se assim prudência no planeamento das próximas decisões, de modo a não comprometer ou afastar as empresas e as pessoas do Norte dos mercados externos. Estamos a trabalhar no sentido de fazer do Norte uma região competitiva, capaz de acompanhar o ritmo das demais regiões europeias. Mobilização, confiança e entendimento são palavras de ordem.
PROF. CAT. DA U. PORTO E PRESIDENTE DA CCDR